Com índices de qualidade de água próximos dos adequados para banho e um projeto de despoluição que envolve nova ligação com o mar, um dos cartões-postais e antigo orgulho da cidade mostra sua recuperação. Mas é preciso que esse trabalho vá até o fim
Às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, a vida segue célere. A ciclovia e pista de caminhada de 7,8 quilômetros, construída em suas bordas, divide a preferência dos cariocas com o calçadão de Ipanema e Leblon. Semanalmente, 1 000 corredores se exercitam por ali, lado a lado com atletas amadores, moradores e turistas. Nos fins de semana, os três parques que rodeiam o cartão-postal – Patins, Taboas e Cantagalo – recebem 120 000 pessoas em busca de lazer, entretenimento e dos quinze quiosques de alimentação. De frente para o espelho-d’água, por onde deslizam remadores, esquiadores e pedalinhos, ficam alguns dos prédios mais valorizados do Rio de Janeiro, com apartamentos de dois quartos avaliados em 540 000 reais – no ranking do mercado imobiliário, o bairro perde apenas para o Leblon.
Nem sempre foi assim. O cenário idílico ressurgiu nos últimos anos, graças ao renascimento de uma lagoa que chegou a estar na UTI: dos 16 000 coliformes fecais por 100 mililitros de água registrados em 2006, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) aponta atualmente 1 300. O número ainda é alto – 300 acima da marca indicativa de que a área é própria para banho –, mas a situação melhorou muito. Durante três verões consecutivos, entre 2000 e 2002, moradores, pescadores e esportistas assistiram, desconcertados, à mortandade de 236 toneladas de peixes, provocada por um sistema arcaico de ligação com o mar e, sobretudo, pelos despejos clandestinos de esgoto – um estudo chegou a indicar 340 ligações piratas na bacia hidrográfica.
Do lado de fora, corredores trocavam suas pistas pelas da Praia de Ipanema. Dentro, remadores que insistiam no esporte ganhavam micoses na pele e passavam mal. "Tínhamos um balão de oxigênio na garagem para os atletas", lembra Juarez Fernandes, o Joy, remador do Flamengo. "As pessoas corriam poucos metros e desistiam", conta Luciana Toscano, treinadora de corrida. "Ninguém aguentava o cheiro."
Bom espero que isso aconteça meeesmo!
Júnior, =*
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