O artista plástico Mauricio Ianês começou a performance "A Bondade de Estranhos" na terça-feira (4) nu e sem nenhum objeto, dentro do pavilhão da 28ª Bienal de São Paulo.
Não é difícil encontrá-lo, os próprios seguranças dão as coordenadas sobre onde está o agora "ex-pelado". Quem trabalha no local afirma, inclusive, que ele é uma das principais atrações da mostra, ao lado do escorregador que leva os visitantes do segundo para o primeiro piso do prédio.
Não é difícil encontrá-lo, os próprios seguranças dão as coordenadas sobre onde está o agora "ex-pelado". Quem trabalha no local afirma, inclusive, que ele é uma das principais atrações da mostra, ao lado do escorregador que leva os visitantes do segundo para o primeiro piso do prédio.
performance de Ianês consiste em ficar ali, parado ou circulando pelo prédio, sobrevivendo à custa do que as pessoas lhe doarem. Para quem não tinha nada, Ianês já está bem equipado.
Entre os objetos recebidos --que ele organiza minuciosamente no local -- estão sabonetes, pastas e escovas de dente, camisetas, cuecas, frutas, biscoitos, salgadinhos, barras de cereal, desodorante e preservativos. Há ainda moedas e cédulas --uma de dólar --, bilhetes, presilhas para o cabelo, cadeados, anúncios de venda de carro e um ingresso para um show de Tom Zé (que aconteceu em 21 de outubro).
Qualquer um pode levar "presentes" para Ianês. Basta ir até a recepção da Bienal, avisar que está levando algo para o artista --não é possível entrar com os pacotes normalmente no pavilhão -- e, por fim, o visitante recebe um carimbo autorizando a entrega.
A estudante Letícia Landi, por exemplo, levou na quinta-feira (6) uma bermuda, uma camisa, uma lâmina de barbear e um travesseiro. "Vi uma foto dele no jornal onde ele vestia só uma cueca. Imaginei que estivesse com frio e peguei algumas roupas do meu pai", explica. De acordo com a estudante, ele vestiu prontamente a bermuda e, mais tarde, trajava a camisa. O travesseiro ficou entre os demais pertences.
"Acho interessante a proposta da performance mas, como sei que ele não é nenhum mendigo, quero saber o que ele irá fazer com todas essas coisas depois", disse Letícia. A jovem foi até a Bienal justamente para ver Ianês.
O mesmo objetivo foi o da também estudante Juliana Vieira. Ela viu o performer ainda na terça-feira, quando ele vestia somente uma camiseta. "As pessoas ficavam um tanto constrangidas, olhavam rápido, não tinha essa coisa de bater foto. Agora tá todo mundo mais a vontade", explicou. Na quinta, Juliana levou mais dois amigos para assistirem à performance.
Fotografar o artista agora é comum. Alguns fazem em turma, outros colam o rosto no de Ianês. E vários ainda mostram para o performer o resultado.
Ianês quase nunca esboça alguma reação. Não fala e não muda a expressão. Sua interação com o público fica restrita a abraços e apertos de mão que corresponde. E não são poucos os que tentam puxar assunto com o artista: perguntam se está tudo bem, o porquê de ele não falar, ou simplesmente engatam um monólogo.
Ianês mantém uma aparência saudável e sóbria. Volta e meia circula pelo espaço e vai até a porta do pavilhão para fumar. Mas alguns gostariam, justamente, de testar mais a sério os limites do artista. "Eu não daria nada pra ele, só pra ver até quando ele iria agüentar", revela o artista plástico Paulo Damé.
Ianês fica no pavilhão até o dia 16. Enquanto isso, toma banho e dorme no local, e espera pela bondade do público.
Entre os objetos recebidos --que ele organiza minuciosamente no local -- estão sabonetes, pastas e escovas de dente, camisetas, cuecas, frutas, biscoitos, salgadinhos, barras de cereal, desodorante e preservativos. Há ainda moedas e cédulas --uma de dólar --, bilhetes, presilhas para o cabelo, cadeados, anúncios de venda de carro e um ingresso para um show de Tom Zé (que aconteceu em 21 de outubro).
Qualquer um pode levar "presentes" para Ianês. Basta ir até a recepção da Bienal, avisar que está levando algo para o artista --não é possível entrar com os pacotes normalmente no pavilhão -- e, por fim, o visitante recebe um carimbo autorizando a entrega.
A estudante Letícia Landi, por exemplo, levou na quinta-feira (6) uma bermuda, uma camisa, uma lâmina de barbear e um travesseiro. "Vi uma foto dele no jornal onde ele vestia só uma cueca. Imaginei que estivesse com frio e peguei algumas roupas do meu pai", explica. De acordo com a estudante, ele vestiu prontamente a bermuda e, mais tarde, trajava a camisa. O travesseiro ficou entre os demais pertences.
"Acho interessante a proposta da performance mas, como sei que ele não é nenhum mendigo, quero saber o que ele irá fazer com todas essas coisas depois", disse Letícia. A jovem foi até a Bienal justamente para ver Ianês.
O mesmo objetivo foi o da também estudante Juliana Vieira. Ela viu o performer ainda na terça-feira, quando ele vestia somente uma camiseta. "As pessoas ficavam um tanto constrangidas, olhavam rápido, não tinha essa coisa de bater foto. Agora tá todo mundo mais a vontade", explicou. Na quinta, Juliana levou mais dois amigos para assistirem à performance.
Fotografar o artista agora é comum. Alguns fazem em turma, outros colam o rosto no de Ianês. E vários ainda mostram para o performer o resultado.
Ianês quase nunca esboça alguma reação. Não fala e não muda a expressão. Sua interação com o público fica restrita a abraços e apertos de mão que corresponde. E não são poucos os que tentam puxar assunto com o artista: perguntam se está tudo bem, o porquê de ele não falar, ou simplesmente engatam um monólogo.
Ianês mantém uma aparência saudável e sóbria. Volta e meia circula pelo espaço e vai até a porta do pavilhão para fumar. Mas alguns gostariam, justamente, de testar mais a sério os limites do artista. "Eu não daria nada pra ele, só pra ver até quando ele iria agüentar", revela o artista plástico Paulo Damé.
Ianês fica no pavilhão até o dia 16. Enquanto isso, toma banho e dorme no local, e espera pela bondade do público.
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